Pesquisar neste blogue

2010-05-24

Roque Dalton (El Salvador, 1935-1975)

Roque Dalton, o filho do gringo e da enfermeira, Leitor voraz, amigo de Juan Gelman e de tantos outros. Viajanete impenitente. Conheceu a União Soviética, Checoslováquia, México e até a Coreia (a do Norte).
Roque Dalton, bisneto de um daqueles inolvidáveis bandidos, os irmãos Dalton, sempre fugindo da polícia, como eles, deu com os ossos na cadeia e foi condenado à morte. Em 1960, um dia antes de ser fusilado, o golpe de estado que derruba o ditador José Maria Lemus, devolve-o à rua. Em 1965, poucos dias antes da sua execução, um terramoto derrubou as paredes da sua cela e depois de fugir misturou-se com uma procissão que passava por perto. Um homem tocado pela sorte, que afinal não foi assim tanto.
Roque Dalton, espião da CIA, como disseram. Ele que foi traído pelos seu companheiros do ERP que o achavam vendido aos americanos, um esbirro da contra-revolução. Um homem que morreu por uma mentira e um grande poeta, que é preciso ler.
Roque Dalton foi executado em El Salvador há 35 anos atrás em 10 de Maio de 1975

Dolor Antiguo

Sólo has visto dolor en tu llegada.

Dolor en los cañales explotados
sobre el dolor de tus hermanos;
dolor en las palabras en secreto,
dolor
en las lagunas y los pájaros;
dolor en la palabra incomprensible del caporal estraño,
dolor en sus patadas, en sus insultos, en sus manos ladronas.

Dolor en las mujeres y las piedras,
dolor en el crepúsculo, en el sol calcinante,
en la ficticia aurora cotidiana;
dolor en cada metro de nagüilla, en cada tecomate,
en cada par de caites abrumados;
dolor en cada rostro, en cada nueva música,
en cada cordillera de sucesos;
dolor entronizado en las aradas, en las milpas ajenas,
en los candentes pechos de tu pueblo
y en los ojos con lágrimas mirando
sus solitarias manos.

Sem comentários: