Chove na porta de Rashomon, uma chuva torrencial, tanto que nos dá a impressão de que a cidade de encontra debaixo de uma cascata. Aí encontramos um monge e um lenhador, afirmando este último ter presenciado algo terrível: a violação de uma mulher e posterior assassinato do seu marido. Aos olhos destes homens, trata-se de algo tão terrível que lhes faz perder toda a fé na humanidade. De facto, uma vez esteve na porta de Rashomon um diabo, que fugiu assustado com a maldade dos homens.
Machiko Kyo, Rashomon
Rashomon dá-nos quatro perspectivas do crime presenciado pelo lenhador. O filme, que em 1950 ganhou o Oscar para melhor filme estrangeiro, só conseguiu realmente captar a minha atenção quando percebi que o morto também tinha a sua versão dos factos, a verdade é que o filme melhora exponencialmente a partir da segunda metade: desde a versão do morto, passando pela luta entre os dois homens, até cena do homem que rouba a roupa de um bebé para se proteger do frio. Não obstante tudo isto, Kurosawa também nos mostra que mesmo estando o ser humano completamente imerso na maldade que ele mesmo cria, é possível encontrar alguma bondade, e é aí que o temporal amaina e pára de chover.
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